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É interessante notar a quantidade de pessoas que, próximo ao final do ano, se comprometem a uma série de realizações para o ano que se inicia. Algo no mínimo curioso é saber o porquê de somente nesta época nos conscientizarmos das pendências e dos projetos não consumados ao longo do tempo que se passou. Se tivemos o ano todo para perseguir nossos sonhos, por que somente próximo ao réveillon é que somos visitados pela boa vontade e pelo súbito desejo de execução dos planos?
Porque tantas promessas no final de ano?A resposta para essa questão é bem interessante: desde pequenos somos visitados por uma série de fábulas que indicam que em um determinado momento de nossas vidas, nossos esforços serão magicamente recompensados. Estas fábulas fazem alusão contínua ao que chamamos de “mito da chegada”, ou seja, “um dia”, por intermédio do beijo do príncipe, é que a princesa pode finalmente acordar do sono eterno; “um dia”, pela súbita intervenção divina, os problemas se solucionarão; ou mesmo no dia em que acharmos o final do arco-íris é que poderíamos encontrar, “finalmente”, o pote de ouro e resolver nossas pendências.
É curioso notar que todas estas histórias carregam a mensagem de que tudo será resolvido de uma hora para outra. É bem verdade que estas alegorias carregam em si a ideia de que o bem sempre prevalece sobre o mal, para citar apenas um exemplo, e de que finalmente podemos triunfar sobre a vida. Nada mais justo e até indicado do que sensibilizar as crianças a respeito dos grandes preceitos da vida.
A resposta para essa questão é bem interessante: desde pequenos somos visitados por uma série de fábulas que indicam que em um determinado momento de nossas vidas, nossos esforços serão magicamente recompensados. Estas fábulas fazem alusão contínua ao que chamamos de “mito da chegada”, ou seja, “um dia”, por intermédio do beijo do príncipe, é que a princesa pode finalmente acordar do sono eterno; “um dia”, pela súbita intervenção divina, os problemas se solucionarão; ou mesmo no dia em que acharmos o final do arco-íris é que poderíamos encontrar, “finalmente”, o pote de ouro e resolver nossas pendências.
É curioso notar que todas estas histórias carregam a mensagem de que tudo será resolvido de uma hora para outra. É bem verdade que estas alegorias carregam em si a ideia de que o bem sempre prevalece sobre o mal, para citar apenas um exemplo, e de que finalmente podemos triunfar sobre a vida. Nada mais justo e até indicado do que sensibilizar as crianças a respeito dos grandes preceitos da vida.
Cristiano Nabuco de Abreu é psicólogo e coordena o Programa de Dependência de Internet do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).


Para algumas pessoas, o período de festas que se aproxima com o final do ano pode ser algo que os deixa em uma situação complicada. Da mesma forma que pode trazer alegria e bons sentimentos, essa época pode, a reboque, trazer uma série de situações que contribuem para uma maior ansiedade e sensação de exaustão.
1245264 christmas is near 2 Ansiedade no final do ano: dilemas mais comuns
“Nesta época, a maioria das pessoas faz um balanço do ano que passou e começa a planejar, mentalmente, como será o próximo ano. Isso sem contar os preparativos para uma data de viagens, encontros sociais, compromissos familiares ou com os amigos e a maratona de compras de presentes, tudo nas últimas semanas de um mês no qual os compromissos profissionais ainda estão acontecendo”, diz Lilian Lerner psicóloga do Ambulatório de Ansiedade da Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria (IPq), do Hospital das Clínicas – FMUSP.
“A somatória de situações que culminam no final do ano pode trazer algum desconforto para as pessoas de uma forma em geral, mas especialmente para os indivíduos naturalmente ansiosos”, explica Lilian, que também é presidente do comitê científico da Associação dos Portadores de Transtorno de Ansiedade (Aporta).
A rotina alterada radicalmente pode trazer desconforto, e a falta de um planejamento prévio transforma situações simples em desafios para o controle da ansiedade. “Ou então, acontece dessas pessoas planejarem em excesso, começando os preparativos muito tempo antes e vivenciando o estresse adiantado”, aponta Lilian.
Família e amigos
Entre as situações que podem contribuir para essa ansiedade, pode estar um balanço negativo do ano que se passou, a sensação de não ter alcançado metas profissionais, não ter um companheiro ou não ter cumprido alguma promessa importante feita a si mesma.
Questões relativas à família também são outra fonte de ansiedade. “Seja pelo fato de se estar longe dos entes queridos, por questões diversas, ou então pelo contrário, o de não querer estar perto de um núcleo familiar que é obrigado a se encontrar por convenções sociais. Famílias desagregadas, por exemplo, e que acabam se encontrando na época de festas, trazem à tona vários sentimentos que foram deixados de lado durante o ano”, exemplifica Lilian.
As pessoas, então, têm de lidar com a frustração de não ter a família unida, ou de terem de passar as datas festivas com amigos. De um jeito ou de outro, o enfrentamento dos sentimentos é inevitável. Natal e Ano Novo não são exatamente datas facultativas. É difícil fugir desses períodos.
Como lidar melhor com as datas
Lilian diz que é preciso estar atento aos fatores de ansiedade e procurar contornar as situações que podem trazer algum estresse, respeitando a si mesmo em primeiro lugar. Outra coisa é planejamento, mas com parcimônia, sem perfeccionismos.
“É possível programar as compras de Natal algum tempo antes. Mas não deixar de pensar em outras coisas. Fazer uma lista com prioridades do que tem de ser feito, raciocinar realisticamente e admitir que algumas coisas podem não ser feitas ou certos planos podem dar errado”, pondera a especialista.
“As pessoas muito ansiosas têm dificuldades de se concentrar no tempo presente, estão sempre preocupadas com o futuro iminente. Acabam por não estar por inteiro em nenhuma situação. É preciso se conscientizar disso e relaxar, aproveitar o momento”, pontua.
No caso das promessas de ano novo, a frustração também pode ser controlada. Primeiramente, não seja tão radical ou negativa no balanço do ano que se passou. Em segundo lugar, não estipule metas rígidas para o próximo ano. “É preciso ter metas factíveis. E não é necessário que todas elas fiquem concentradas no primeiro mês do ano. As pessoas podem estabelecer metas em curto, médio e longo prazo. Isso por si só dá uma dimensão temporal às promessas de ano novo”, sugere Lilian.
A especialista também dá outra dica: listar as promessas para o ano que se inicia e detalhá-las. “Ao detalhar, é possível ter em mente os recursos necessários para cumprir essas metas. É economicamente viável? Depende só da pessoa ou envolve outros? Tudo isso pode ser detalhado e alivia as tensões posteriores.”
Para os muito ansiosos, algo que não pode faltar, mesmo nessas datas, é uma rotina. Exercícios físicos, padrão de sono e alguns minutos para fazer algo que dê prazer a si mesmo, como conversar com alguém ou ler um capítulo de um livro, precisam continuar presentes na agenda de final de ano.
Outra dica importantíssima que pode aliviar as tensões e trazer um maior bem-estar para indivíduos que lidam com a ansiedade é fazer uso da palavra, que abre as portas da felicidade pessoal, muitas vezes: o “não”.
“Saber dizer não, especialmente nessas datas, é a melhor dica. Os ansiosos tendem a acumular funções e atividades. O ‘não’ é um limite entre a felicidade e o excesso. É preciso assumir o que se pode fazer e deixar a perfeição de lado”, afirma Lilian.
A perfeição no Natal e no Ano Novo, afinal, está nos sentimentos e nos pequenos prazeres e felicidades que essas datas podem proporcionar, minuto a minuto, e não em reproduzir um cenário de comercial de TV. Portanto, relaxe.
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Por Enio Rodrigo/oqueeutenho?