Pessoas que acham que são melhores que outras em uma situação em que concorrem por algo apresentam, muitas vezes, uma grande rejeição dos pares.
Essa é a conclusão de um estudo feito por Vera Hoorens da Universidade de Leuven, na Bélgica, em colaboração com Constantine Sedikides da Universidade de Southampton, no Reino Unido.
Para o estudo os pesquisadores observaram o resultado de 49 participantes em que eles eram convidados a declarar, individualmente, se achavam que teriam resultados piores ou melhores que os outros participantes em um teste feito em laboratório. Os resultados mostraram que a reação negativa dos outros participantes era intensa, principalmente quando os participantes se declaravam “muito melhores” que os outros. Participantes que se declararam bastante hábeis, sem hierarquizar suas habilidades, tiveram menor rejeição.
Hoorens diz que pessoas que declaram se achar muito superiores são rejeitadas, pois comunicam mais uma visão negativa dos pares do que uma visão positiva das próprias habilidades. Isso, diz o pesquisador, pode ser um “tiro que sai pela culatra”.
Um estudo anterior dos mesmos pesquisadores apontou para o que é chamado de comportamento de superioridade ilusória, em que um indivíduo tende a classificar os pares como indivíduos abaixo de uma média pessoal imposta. A partir dessa afirmação, os indivíduos que se declaram muito superiores aos outros acabam por sempre rever os parâmetros que balizam “sua superioridade” ou então usar escalas de avaliação baseadas em suas próprias visões sobre um determinado assunto (os pares então não “concordariam” ou “discordariam”, mas seriam “tão superiores” ou “abaixo da média” em comparação aos indivíduos com comportamento de superioridade ilusória).
“Do ponto de vista de interação social, comparar-se por meio dos defeitos alheios pode criar grandes barreiras para a comunicação e sociabilidade. Aqueles que indicam seus pontos positivos, independentemente da comparação alheia, são mais bem vistos e acabam interagindo de forma a causar menos atrito”, conclui Hoorens.
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com informações da British Psychological Society
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