Por que as pessoas fazem as escolhas erradas para questões óbvias?

By | quarta-feira, outubro 27, 2010 Leave a Comment

As pessoas fazem escolhas baseadas no modo como acham que as coisas funcionam, mas se essas crenças estão de alguma forma errada, isso pode resultar em comportamentos que parecem irracionais, mas na verdade foram tomados com base em decisões extremamente lógicas (para quem tomou a decisão, apenas).
Por que as pessoas fazem as escolhas erradas para questões óbvias?Uma pesquisa, publicada noProceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), examinou as origens das decisões e estratégias aparentemente irracionais que ocorrem nas chamadas atividades de escolha binária, em que os indivíduos são consultados repetidamente sobre as escolhas que envolvem apenas duas opções – sendo que uma delas tem maior probabilidade de estar correta. Apesar da estratégia considerada correta apontar para a escolha da opção mais evidentemente acertada, os indivíduos muitas vezes optam pela resposta possivelmente errada.
“Essa estrutura de escolha está presente em muitas situações cotidianas. A estrutura mais simples da escolha é aquela que, quando fazemos uma opção, sabemos de alguma forma o que vai acontecer na sequência”, explica Shawn Green, pesquisador da Universidade de Minnesota, EUA.
“Mas nossas decisões passam por filtros como nossas crenças, ou seja, algo que pode mudar quando nos deparamos com problemas na vida real”, diz o pesquisador. “Por exemplo, se você joga uma moeda para cima e ela cai com a coroa para cima, cinco vezes seguida, qual o lado que você deve escolher em um próximo jogo de cara ou coroa com a mesma moeda? Se assumirmos que a moeda não é viciada, a resposta tanto faz, probabilisticamente falando. Ela pode tanto cair com a cara ou com a coroa para cima. Mas as pessoas provavelmente vão ficar mais propensas a apostar na coroa, pois viram uma sequência ‘da sorte’, por exemplo”, completa.
Green explica que essas escolhas deveriam ser vistas como independentes, mas a partir do momento em que as pessoas não tiverem uma estrutura lógica para se basear, elas vão criar suas próprias estruturas, como a “sorte” (um conceito que varia de pessoa para pessoa). Jogadores de cartas acreditam que certos sinais lhes dizem quando a sorte vai “virar”, por exemplo. “Mesmo modelos computacionais fazem escolhas erradas quando são alimentados com dados conflitantes ou falhos”, explicam os pesquisadores.
No estudo de Green, quando os indivíduos participantes eram avisados sobre como os eventos de escolhas poderiam ser independentes (uma sequência de acertos não tinha nada a ver com uma estrutura maior funcionando por trás), eles rapidamente mudavam seu comportamento, optando por escolhas mais objetivas e que tinham mais probabilidade de acerto, considerando as regras impostas para o experimento.
“Isso indica que a partir do momento em que as pessoas entendem o modelo lógico do que estão lidando – e no caso era o fato de que cada atividade tinha uma opção óbvia – eles se adaptavam facilmente, melhorando sua ação de tomada de decisão”, finaliza Green.
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com informações da University of Minnesota

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