Brigas entre namorados é uma coisa comum. Mas a forma como eles superam estes conflitos foi alvo de uma pesquisa realizada pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. Os pesquisadores descobriram que as habilidades para reconciliação dependem diretamente de como o casal era quando criança e – principalmente – do comportamento dos pais. Pais que conseguem regular melhor as emoções negativas dos filhos, contribuem para que estes cresçam sabendo superar as diferenças nos relacionamentos amorosos futuros.
O estudo foi feito com um mesmo grupo de pessoas, do dia em que nasceram – em meados dos anos 1970 – até completarem 20 anos. Nesta idade, eles voltaram com seus parceiros ao laboratório para realizar alguns testes. O teste era, na verdade, ver como os casais lidavam quando eram provocados a discutir algum ponto que não concordavam e, principalmente, como se recuperavam da discussão.
Embora o período de reconciliação tenha sido proposto apenas para certificar os pesquisadores de que não estavam enviando para casa casais irritados, a autora do estudo, Jessica E. Salvatore, notou algo interessante sobre o estilo de comunicação dos casais. “Alguns casais tinham uma briga intensa, mas faziam uma transição perfeitamente tranquila ao conversar sobre algo que concordavam. Em outros casais, eles se prendiam ao conflito e não conseguiam falar sobre outro assunto”, diz Salvatore.
O estudo mostrou que este comportamento estava diretamente ligado ao relacionamento entre as crianças e seus pais, principalmente dos 12 aos 18 meses. Aqueles que tiveram os pais mais presentes nesta fase sabiam lidar melhor com conflitos na fase adulta. “Se os pais, ou o adulto responsável, conseguem regular as emoções negativas do bebê, este tende a regular melhor suas próprias emoções depois de adulto”, explica a autora.
Parceiros desempenham um papel importante
Consequentemente, o estudo mostra que crianças inseguras acabam se tornando adultos com dificuldades em superar os conflitos amorosos. No entanto, isso não significa que eles não consigam manter relacionamento. De acordo com Salvatore, se um dos dois lidera o processo de reconciliação, acaba levando o outro a superar as diferenças. “Um relacionamento pode ser salvo se um dos dois rapidamente conseguir relevar o que iniciou o conflito e não se deixar levar por emoções ou pensamentos negativos”, diz.
Esta é uma das primeiras evidências de que o parceiro desempenha um papel importante na superação de experiências ruins durante a infância. “Essa foi a mais excitante descoberta”, diz a pesquisadora. “Existem consequências geradas pelas pessoas que você conhece na vida que mudam as consequências do que aconteceu com você quando criança”, conclui.
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Com informações do Association for Psychological Science/Uol-OQueEuTenho
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