Meninos precisam de ajuda extra para lidar com emoções negativas

By | quinta-feira, março 31, 2011 Leave a Comment

A maneira como você reage ao temperamento ou às birras do seu filho de 2 anos de idade pode levá-lo à ansiedade, ao isolamento e a ter comportamentos problemáticos anos mais tarde. Um novo estudo, realizado pela Universidade de Illinois, nos EUA, aponta que o problema pode ser maior se a criança é um menino, que tem uma tendência maior às emoções negativas, tais como raiva e medo.

“As crianças, principalmente os meninos, precisam da ajuda dos pais para trabalhar com estas emoções. Se você punir seu filho por sua raiva ou frustração ou agir como se seus medos fossem bobos ou vergonhosos, ele poderá internalizar estas emoções negativas e isso poderá levá-lo a comportamentos problemáticos conforme ele for ficando mais velho”, diz Nancy McElwain, professora adjunta de desenvolvimento humano da Universidade.
McElwain e a autora do estudo, Jennifer Engle, examinaram os dados recolhidos a partir de observações de 107 crianças que faziam parte de um estudo mais amplo de desenvolvimento social e emocional de crianças e as relações pai-filho.
Quando as crianças tinham 33 meses de idade, os pais deviam informar a frequência com que seus filhos tinham apresentado raiva ou medo no mês anterior. Os pais também foram questionados sobre como eles reagiram às emoções negativas da criança em várias situações hipotéticas.
“Nós investigamos dois tipos de reações parentais às emoções negativas da criança. Um tipo de reação era minimizar as emoções de seus filhos; por exemplo, uma mãe poderia dizer: ‘Pare de se comportar como um bebê’. Outro tipo de reação foi punir a criança por essas emoções. Um pai pode deixar a criança de castigo, mandando para o seu quarto por chorar, ficar triste ou tirar dela algum brinquedo ou privilégio”, explica Jennifer Engle.
Quando as crianças atingiram 39 meses, os pais responderam a questionários sobre os problemas atuais de comportamento da criança.
Mães e pais que puniram mais seus filhos por conta de seus medos e frustrações eram mais propensos a ter crianças ansiosas e isoladas no momento da segunda avaliação. E o efeito foi particularmente acentuado para os meninos que tinham sido identificados como tendo uma alta incidência de emoções negativas aos 33 meses.
“Quando os pais punem seus filhos pequenos porque eles estão irritados ou assustados, as crianças aprendem a esconder as suas emoções. Essas crianças podem se tornar cada vez mais ansiosas quando têm esses sentimentos, porque eles sabem que vão enfrentar consequências negativas”, diz Engle.
As pesquisadoras ficaram especialmente curiosas com a descoberta de que os meninos eram os mais afetados quando não encontravam apoio em momentos de medo ou frustração.
“Em nossa cultura, os meninos são desencorajados a expressar suas emoções. Se você adicionar a essas expectativas culturais a punição dos pais, o resultado pode ser ainda pior”.
Segundo as pesquisadoras, os pais desempenham um papel importante em ajudar as crianças a aprender como regular e expressar suas emoções. Segundo McElwain, o estudo, que reuniu as respostas de mães e pais, contribui para um conjunto crescente de trabalho, que sugere que os pais são importantes nesse processo.
“Quando as crianças estão chateadas, é melhor conversar e tentar ajudá-las a trabalhar suas emoções em vez de enviá-las ao seu quarto, para trabalharem seus sentimentos por conta própria. As crianças, principalmente os meninos, que são propensos a sentir emoções negativas mais intensamente, precisam do seu apoio e conforto quando suas emoções ameaçam esmagá-las”, conclui Engle.
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com informações da University of Illinois

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