Todos têm arrependimentos na vida. E a maioria das pessoas procura se comparar às pessoas com mais infortúnios na vida do que àquelas com grandes vitórias. Ao menos é isso o que indica um estudo americano publicado no periódico Personality and Social Psychology Bulletin.
O estudo, feito por um time de pesquisadores da Universidade de Concordia e liderado por Isabelle Bauer, observou esse comportamento em diversos perfis de indivíduos adultos e chegou à conclusão de que esse tipo de comportamento é igual para ambos os sexos e independe da idade.
“Nosso estudo observou como adultos jovens e outros mais velhos lidavam com os arrependimentos na vida”, diz Bauer. “Em comum, todas as pessoas tinham mecanismos similares de comparações sociais.”
“Normalmente, como é de se esperar, os indivíduos se sentiam melhor quando se comparavam a pessoas de pior sorte. Mas quando a comparação era com alguém que tinha ‘vencido’, elas se sentiam pior”, detalha a pesquisadora.
Saúde física afetada
Uma descoberta interessante feita pela equipe de Bauer foi que as pessoas que se comparavam com os indivíduos menos afortunados tinham, na maioria dos casos, melhor saúde. Além disso, também mostravam maior nível de bem-estar nos meses após um evento negativo.
“O estresse emocional de um evento do qual nos arrependemos pode levar a uma variação hormonal e do sistema imunológico e, consequentemente, aumentar os problemas de saúde física – como resfriados ou mesmo condições mais severas. Ou seja, se comparar com pessoas em situações piores pode levar a uma melhor saúde, resultado de menos estresse”, indica Carsten Wrosch, outra pesquisadora envolvida no estudo.
Idade não influenciou os benefícios da comparação social
O estudo analisou a resposta de mais de cem indivíduos de idades diversas que eram entrevistados sobre seus maiores arrependimentos na vida – como casar com a pessoa errada, ter se isolado da família e outros eventos. Na sequência, esses participantes eram convidados a comparar esses eventos com aqueles que eles observavam em outras pessoas da mesma idade que eles.
Ao contrário de resultados observados em estudos anteriores, a idade não influenciou como essas pessoas se reconciliavam com suas memórias ruins. “A efetividade desse mecanismo para lidar com suas frustrações dependia mais da habilidade dessas pessoas em lidar com os arrependimentos do que com a idade”, diz Bauer. “Deixar esses eventos ‘para trás’ e manter um bom nível de bem-estar depende, basicamente, da forma como esses indivíduos se perdoavam e viam suas frustrações como algo resolvido”, finaliza a pesquisadora.
-
com informações da Concordia University
0 comentários:
Postar um comentário