O voyeurismo e o exibicionismo são dois aspectos da sexualidade humana que muitas vezes são pouco compreendidos. Os termos, na verdade, se referem a uma ampla gama de comportamentos que podem variar da diversão saudável a crimes proibidos por lei – como o caso de adolescentes de Porto Alegre que fizeram um strip-tease para diversos usuários na plataforma Twitcam.
No contexto do sexo consensual envolvendo adultos, o voyeurismo e o exibicionismo são hábitos normais, que abrem portas para diversas oportunidades eróticas entre os casais, afirmam especialistas. Esse tipo de prática, entretanto, só é preocupante quando não há consenso entre os participantes (incluindo quando um deles não está ciente da prática) ou quando envolvem menores de idade.
No sentido amplo, o voyeurismo se refere a qualquer um que tenha prazer em ver outra pessoa nua ou praticando sexo. Nesse sentido, a grande maioria dos adultos é, de certa forma, um voyeur. E para todas essas pessoas o comportamento é normal e praticamente inofensivo.
Quando essa prática se torna obsessiva e apenas por meio dela se consegue chegar ao orgasmo, é possível considerar a mudança para o comportamento fetichista. O voyeurismo fetichista é outra área que inclui mais uma série de comportamentos, como, por exemplo, shows eróticos individuais – incluindo aqueles envolvendo o próprio parceiro/parceira –, as chamadas “live cams” (uma variação desses shows eróticos, que pode envolver pagamento), além de diversas outras variações.
O voyeurismo, tradicionalmente, envolve um papel passivo no ato sexual, embora alguns voyeurs tenham uma variação dominante, como orquestrar a performance das pessoas à sua frente.
Esse tipo de prática pode chegar a níveis danosos à saúde mental ou psicológica ou problemas com a lei quando o desejo é tão intenso que se torna uma compulsão e o objeto do desejo passa a ser observado sem que haja autorização. Nesses casos, pode haver invasão de privacidade e resultar em um processo criminal.
O exibicionismo, da mesma forma que o voyeurismo, pode variar da diversão ao crime. O impulso de “se mostrar” é, até certo ponto, natural. Usar uma roupa sexy com um decote mais avantajado já é um indício de exibicionismo natural e nem um pouco danoso. Mesmo o processo de sedução do parceiro é uma espécie de exibicionismo com cunho sexual.
E ao contrário do voyeurismo, o exibicionismo, normalmente, é mais agressivo ou dominante. Casais em que cada parceiro tem prazer em uma dessas práticas poderiam ser considerados “ideais”.
O problema envolvendo exibicionismo é quando ele é praticado sem a observação das limitações impostas pela sociedade. Assim como o voyeurismo, é preciso haver consenso entre todos os participantes (em um local público isso seria impossível, por exemplo). Em casos extremos o exibicionista pode ofender seriamente as pessoas e ser preso por comportamento indecente.
No caso de compulsão, os indivíduos praticantes desses dois hábitos precisam de ajuda profissional,como psicólogos e psiquiatras (veja AQUI) e muitas vezes a utilização de intervenções farmacológicas é necessária. Nesses casos, o comportamento tem um viés autodestrutivo, e a depressão, estresse crônico e intenso e outros problemas e transtornos mentais são sublimados por meio desses comportamentos.
Como foi dito, o voyeurismo e o exibicionismo consensual entre adultos são aspectos sexuais envolvendo excitação. E as variações desses comportamentos – de forma saudável e sem ofender ou comprometer a segurança e integridade alheia – são virtualmente ilimitadas.
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com informações da The Health and Science Advisory Board (HSAB)
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