O QUE NOS PREPARA DURANTE A VIDA PARA QUE CONSIGAMOS TER UM RELACIONAMENTO SÉRIO E DURADOURO E PARA QUE CONSIGAMOS TRABALHAR NOSSAS DIFERENÇAS EM UMA RELAÇÃO ÍNTIMA? E O QUE ACONTECE QUANDO, DENTRO DESSE RELACIONAMENTO, UM PARCEIRO ESTÁ MAIS COMPROMETIDO DO QUE O OUTRO?
Um grupo de pesquisadores, liderado por Minda Oriña, da Universidade do Minnesota e da Universidade do Illinois, ambas nos EUA, usou os dados de uma pesquisa longitudinal – feita durante um longo período de tempo com muitas pessoas e repetindo os mesmos questionários para ver as mudanças de atitudes e estilos de vida – e os comparou com outros testes feitos em laboratório.
Os resultados, publicados no periódico Psychological Science, sugerem que a sensação de maior apoio materno durante a infância e a habilidade de trabalhar os conflitos durante a adolescência são indicadores bastante confiáveis de que um indivíduo vai conseguir ter laços afetivos fortes nos relacionamentos íntimos durante a idade adulta. Claro que os indicadores não eram determinantes para que essas pessoas tivessem ou não um relacionamento duradouro, afinal, o amor é algo que se constrói a dois.
Outro ponto interessante indicado pelos pesquisadores foi que mais do que a vontade de um dos parceiros querer que o relacionamento desse certo, foi o equilíbrio entre o nível de comprometimento dos dois indivíduos envolvidos que garantiu o sucesso da relação. Duas pessoas com facilidade de criar laços afetivos são mais propensas a criar um ambiente tolerante e altruísta, e isso garantiria um relacionamento de sucesso. Mas o mais interessante foi que pessoas com laços afetivos frágeis, e, portanto, com baixas expectativas sobre o relacionamento, também tinham menores níveis de atritos interpessoais e, portanto, eram mais felizes com seus parceiros.
A única fórmula que poderia levar ao fracasso, de acordo com a pesquisa, era quando havia um desnível na intensidade dos laços afetivos. Quando um dos parceiros investia mais do que o outro, os relacionamentos tendiam a ser mais instáveis e ter mais brigas.
“O estudo tentou contribuir para entendermos como aprendemos a amar. As fases durante a infância e novamente durante a adolescência são quando nós aprendemos a lidar com nossas necessidades e a nos relacionar com as pessoas que nos querem bem. É quando se aprende a lidar com problemas – e saber os limites do tolerável –, nos relacionamos com as pessoas próximas de formas diversas – o que constitui um aprendizado para a vida toda – e entendemos que negociar uma situação e chegar ao meio-termo pode ser melhor do que querer ter razão”, explica Oniña.
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com informações da Association for Psychological Science
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