SEJA NA TELEVISÃO OU NA INTERNET, MILHARES DE PESSOAS COMEÇARAM A PARTICIPAR DOS MAIS DIVERSOS PROGRAMAS E REALITY SHOWS NA TENTATIVA DE SE TORNAREM CELEBRIDADES INSTANTÂNEAS. MUITOS DESSES PROGRAMAS EXIGEM DO PARTICIPANTE QUE CANTE, DANCE OU SE EXPONHA ÀS MAIS DIVERSAS SITUAÇÕES – MUITAS VEZES RIDÍCULAS –, O QUE PROVOCA NA AUDIÊNCIA A VERGONHA ALHEIA. UM ESTUDO, PUBLICADO NO PERIÓDICO PLOS ONE, UTILIZOU A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA FUNCIONAL (FMRI) PARA ENTENDER ESSE SENTIMENTO E SUA BASE NEURAL.
Para realizar a pesquisa, os autores expuseram os participantes a duas cenas retiradas de reality shows. Em uma, a aspirante a modelo tropeça feio na passarela. Em outra, um anônimo caminha pelas ruas com uma camiseta com dizeres que expõem sua incapacidade sexual sem que ele saiba.
O resultado apontou que no momento em que alguns participantes relataram sentir vergonha alheia, houve atividade nas regiões cerebrais associadas ao processamento da dor – a matrix dolorosa. Os autores acreditam que a ativação dessas regiões do cérebro está relacionada ao grau de empatia dos observadores pelos participantes dos programas de TV, uma vez que nem todos compartilharam do mesmo sentimento.
“O resultado complementa a visão convencional da empatia e sugere uma distinção das formas de empatia: uma que é mais ou menos uma coexperiência de outro estado de sentimento, e outra que reflete a própria avaliação do observador da situação no contexto social”, diz Sören Krach, da Universidade de Marburg, na Alemanha.
“Hoje, quase qualquer aspecto de nossa vida pessoal pode atingir um público amplo. Qualquer comportamento publicamente atípico, estranho ou falho tem o potencial para provocar a vergonha alheia em outros. Por último, depende do conceito dos observadores do que é impróprio no contexto social específico ou não. Entre todos esses processos envolvidos, no entanto, acreditamos que é a tendência de colocar na pele da pessoa que está passando pela situação embaraçosa que poderia mediar a experiência corporificada da emoção social”, conclui Christopher J. Cohrs, da Universidade Queen, em Belfast, no Reino Unido, que colaborou com o estudo.
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com informações da Public Library of Science
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