'Sim senhor' é o filme que vamos sugerir essa semana para você!
Esse filme narra a história de Carl Allen, interpretado por Jim Carrey. Carl é um homem recém-separado que passa por um período de depressão, (natural pós-término) e se fecha para o mundo, com a esperança de proteger-se dos perigos e dos ferimentos que a vida pode provocar. A frase “gato escaldado tem medo de água fria” retrata bem esse tipo de defesa.
Para defender-se e proteger-se das pessoas, ele inicia uma filosofia do “NÃO”. Trabalha em um banco e raramente aprova um empréstimo, nega convites, parece que uma parte sua está em coma.
O tempo passa e Carl é levado a uma palestra que prega a filosofia do “SIM”. O palestrante Terrence Bundley, interpretado por Terence Stamp, lembra muito alguns pastores persistentes e contagiantes que vão ao encontro de pessoas com falta de energia, que estão sofrendo, sentindo angústias. Em vez de propor um mundo além deste, melhor e que compensará o sofrimento, ele propõe uma nova atitude neste mesmo mundo: dizer SIM a tudo.
Carl inicia sua jornada até encontrar o equilíbrio entre o sim e o não, entre o que realmente quer que entre em sua vida, de que maneira e, se for preciso dizer não, dirá, mas está mais disposto a correr o risco. O risco reside em encontrar um amor que pode machucá-lo como o anterior, mas ele poderá usufruir novamente do azedinho doce da vida (essa é pra quem passou pelos anos 80) e que faz “a vida valer a pena”.
Como no filme Asas do Desejo, do diretor Wim Wenders, o anjo deve decidir se quer ser mortal, viver os prazeres da vida, mas, em contrapartida, enfrentar as doenças do corpo e da alma ou não viver nem uma nem outra e ter a “vida” eterna (ou seria morte eterna?). O dilema é o mesmo: entrar na vida, deixar-se conhecer, experimentar novidades, testar os próprios limites ou permanecer em uma zona de conforto onde não há riscos, nem muito ganho nem muita perda?
Quando dizemos sim podemos querer dizer muitas coisas. Não dizemos tudo que queremos, pagamos um preço alto por dizer coisas em determinadas circunstâncias ou expressar nossos sentimentos. O mais difícil dessa tarefa é separar o que gostamos do que não gostamos, o que é nosso, o que é uma repetição de padrões familiares e, dentro disso, o que queremos para nossa vida e o que queremos transformar, modificar.
Precisamos conhecer nossos reais prazeres, nossos reais limites para poder verbalizá-los e vivenciá-los com verdade. A cruel e doce verdade da vida.
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